O que está por trás da aquisição da Kellogg’s pela Ferrero?
- Guga Dias

- 16 de jul.
- 2 min de leitura

“A marca é para uma empresa o que a reputação é para uma pessoa. Constrói-se aos
poucos, destrói-se em minutos — e vale milhões.” — Warren Buffett
Pois é Meu Povo! Marcas não são apenas nomes. São histórias protegidas que viram
ativos.
E é nesse vórtice comercial que gigantes não sofrem apenas a concorrência — mas se
adquirem mutuamente — cada movimento revela muito mais do que cifras bilionárias. A
referência recente à aquisição da unidade de cereais da Kellogg’s pela Ferrero não é
apenas mais uma transação. É um manual vivo de estratégias de branding, posicionamento
global e inteligência empresarial.
Quando pensamos em Ferrero, chega a nossa mente Nutella, Kinder, Ferrero Rocher —
chocolates que caíram nas graças do mundo inteiro. Agora, essa empresa italiana estende
sua ambição aos EUA ao comprar a WK Kellogg. O que parece audacioso é, na verdade,
uma decisão profundamente calculada. Ferrero ganha acesso imediato a um portfólio
estabelecido, estruturas de distribuição e redes de fornecimento já consolidadas. Em vez de
começar do zero, ela adquire um hábito de consumo entranhado no cotidiano americano —
e o faz com eficácia.
Mas o que realmente está sendo comprado aqui? A Kellogg’s não vendeu somente uma
fábrica — vendeu nomes emblemáticos, embalagens com reconhecimento imediato, fatias
de mercado e, acima de tudo, marcas já amadas e protegidas juridicamente. Marcas —
sejam “NutriGrains”, “Froot Loops” ou qualquer outra — são ativos vivos. Elas carregam
reputação, história, percepção e valor tangível no mercado. E sem proteção jurídica, não
seriam vendáveis.
E aqui nos chega a lição para quem toca pequenos e médios negócios no Brasil. Quantos
estão construindo sem registrar/proteger? Quantos investem em identidade visual, mas
deixam de formalizar seus ativos intelectuais? O que Ferrero comprou foi tempo,
penetração de mercado, estrutura e — principalmente — instituições jurídicas e
operacionais que garantem exclusividade e valor ao nome.
A grande pergunta que fica é simples - o seu negócio está preparado para ser adquirido,
licenciado ou escalado? Se sua marca não está registrada, ela não é vendável. E mais:
você pode nem ao menos perceber que está construindo um ativo valioso — até que
alguém revele isso por você, ou pense em comprá-lo.
No fundo, a Ferrero não apostou — ela construiu. A lógica é clara - crescer sem estrutura
leva à competição, mas crescer com ativos bem protegidos prepara o terreno para ser reconhecido, valorizado e, sim, comprado. Se seu objetivo é escalar seu negócio, atrair
investidores ou deixar um legado, trate sua marca como ouro — porque é exatamente isso
que ela pode se tornar.
Jogo que segue…
Guga Dias – Budista, Advogado Especialista em Propriedade Intelectual, mentor de
negócios e fundador da AE Internacional






Muito bom esse artigo